Bianca coleciona imagens de Luan e não se cansa de admirá-las. |
O desenho de Michael que Canver na porta do guarda-roupa |
Fotos: Vanessa Irizaga |
Pessoas de todas as idades possuem ou já tiveram personalidades de quem gostavam ou se diziam tietes. No entanto, como explicar a razão do amor por artistas ou celebridades?
Por Vanessa Irizaga
Todo cantor, ator, escritor ou demais nomes notórios têm fãs, pessoas que não se cansam em demonstrar o carinho, admiração e devoção aos ídolos.
A motivação que faz alguém gostar tanto de um artista pode estar ligada ao talento, identificação e até considerar a pessoa como modelo de comportamento.
Luan Santana: o “meteoro” da música sertaneja
Bianca da Cunha da Silva é fã há um ano do cantor Luan Santana e se tornou tiete quando viu, pela primeira vez, o rapaz no programa Domingão do Faustão. “O que me chamou a atenção foi a beleza, o jeito de cantar e o carisma, e acho que é isso que atrai as mulheres”, explica.
A menina tem 284 imagens de Santana no computador, e a área de trabalho do micro também tem uma foto dele. “Pretendo em ir a vários shows e, se possível, entrar no camarim. Quando vejo o Luan na tevê, começo a gritar ‘lindo’!”, conta.
Para a garota, o jovem é uma pessoa boa, que têm fé e é um “bom partido”. “Ele é romântico e eu gosto de rapaz assim”. E Bianca é ciumenta em relação ao ídolo.
“Espero que ele não esteja namorando nenhuma. Se estiver, paciência, mas enquanto não arruma, eu estou aqui”, brinca.
Michael: o eterno rei do pop
Felipe Canever Fernandes não vai mais poder conhecer o ídolo. O garoto é fã há quase cinco anos de Michael Jackson e começou a se interessar devido a um jogo que continha músicas do norte-americano.
“Ele era um grande artista e revolucionou todo um gênero, mas não só na música. E com Thriller, Michael mostrou um novo jeito de fazer clipes, que é contar uma história”, ressalta.
Canever conta que foi ouvindo as composições que começou a gostar de música. E considera o cantor um exemplo de pessoa, porque tinha a vontade de mudar o mundo, ajudar as pessoas e fundou até uma instituição para arrecadar fundos para crianças pobres.
Quanto a acusações de abusos, o rapaz acha que o cantor era até ingênuo, e não acredita que garotos tenham sido molestados. Segundo Felipe, Michael não via problema em dividir a cama com meninos ou meninas, mas apenas para estar perto de jovens e relembrar a infância.
O episódio da “sacada”, onde Jackson pega o filho e mostra para um multidão do alto do prédio, o garoto diz que foi uma forma de saciar a vontade dos fãs, mas admite que não faria isso.
O jovem diz que ouve as músicas do astro, tais como “Cry”, “Money” e “Dirty Diana”- uma das favoritas-, 24 horas por dia. No dia em que foi noticiado que o rei do pop tinha morrido, Canever não acreditou no primeiro momento, e hoje lamenta a morte.
“Foi uma perda muito grande para a cultura. E fã que é fã fica chateado, porque pensa que nunca mais vai vê-lo. Com o tempo, a imagem do cantor vai se dissipando, mas a música continua viva, assim como a influência sobre outros artistas, as raízes que criou”, destaca.
Adoração de um ídolo é saudável, mas não pode virar fanatismo
A psicóloga Patrícia Nunes Serafim afirma que gostar de uma pessoa como um artista, por exemplo, é natural e faz parte do processo da formação da personalidade.
“É saudável, mas a partir do momento que a pessoa vive voltado apenas para aquele tipo de coisa passa a ser uma doença e pode ultrapassar os limites, como as torcidas organizadas, por exemplo, que prejudicam outras pessoas e até matam”, alerta Patrícia.
Segundo a profissional, tem pessoas que copiam os trejeitos e modo de vestir dos ídolos, passando a querer viver outra vida. “Tem gente que assume a identidade do idolatrado para preencher uma lacuna na própria vida. O adolescente na busca por identificação absorve coisas que não são dele e toma como se fosse”, esclarece.
E a psicóloga lembra: “você pode gostar dos ídolos, mas sem fanatismo”, destaca.
Reportagem publicada no Portal Satc.