domingo, 29 de maio de 2011

Automutilação: como identificar possíveis sintomas da doença

Imagem meramente ilustrativa. Foto: Vanessa Irizaga.

 

A doença é mais comum no sexo feminino e tem causas ligadas à depressão e ao ambiente familiar. A pessoa que pratica a ação precisa de acompanhamento de um profissional.


Por Vanessa Irizaga


A automutilação é um mal que atinge mais mulheres adultas e meninas entre os 12 e 18 anos. A doença é uma forma de minimizar uma dor ou diminuir a ansiedade sentida por pessoas que machucam o próprio corpo em busca de, muitas vezes, atenção. A cantora Demi Lovato cancelou os shows de sua turnê e internou-se em uma clínica para tratar da doença. A moça praticava a automutilação desde a pré-adolescência, e desgastes emocionais só agravaram o problema.

Família e a origem do problema
Segundo a psicóloga Moramei E. de Moraes, as causas que levam alguém à auto-agressão são um ambiente familiar frágil. A indiferença da família em relação ao portador da doença é a pior maneira de encarar os fatos.

“A família prefere não enxergar a resolver a situação. Há casos em que a mãe toma remédio anti-depressivo, o pai se enterra no trabalho e o filho faz auto-mutilação para chamar a atenção de que tem algo que não está bem naquela família”, explica.

Atenção aos sinais
Os sintomas visíveis que o problema pode estar ocorrendo são: o uso de roupas em desconexão com o tempo, como por exemplo, andar de blusa de manga comprida em um dia quente; e o uso de munhequeiras para esconder cortes.

A psicóloga orienta que os pais devem olhar o quarto do filho e observar se no local há objetos como estiletes e giletes. As partes do corpo comumente agredidas são o pulso e a sola do pé.
“Algumas coisas eu percebo que são sintomas de auto-agressão. Tatuagem e piercing são coisas normais, mas vi uma menina que tinha furado as bochechas com brincos. Você já vê que não é algo para a estética”, comenta.

Apoio é essencial para sucesso do tratamento
De acordo com Moramei, a pessoa precisa fazer a terapia com um psicólogo uma vez por semana e as sessões duram de 50 minutos a uma hora. Se verificado que há questões orgânicas envolvidas, como falta de apetite, é recomendável a visita ao psiquiatra.

“É importante a participação da família para o término do tratamento. Os familiares devem voltar o olhar para a pessoa: dar afeto e promover o diálogo. Há meninas que têm mais espaço para falar com a vizinha do que com a mãe!”, ressalta. Reportagem originalmente publicada no Portal Satc.

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