Alegrete é um município conhecido pela bravura do povo e tido com uma das verdadeiras terras daquela figura até meio mítica do gaúcho. A cidade é localizada na região da campanha do Rio Grande do Sul. Lá, há um centro cultural muito bacana, onde você tem acesso a uma boa e completa bibiloteca - inclusive com um grande número de exemplares de revistas Time e outras verdadeiras relíquias editorais - um centro de inclusão digital e um cinema com preços populares e muito mais acessível do que os valores cobrados nos cines dos shoppings.
Pois bem, a praça central é muito bonita e no Natal a comunidade aparece em peso para presenciar as comemorações, chegada do bom velhinho e apresentações de dança e canto. Há algumas rádios e uns dois jornais para levar noticias da cidade à população e muita, muita música gauchesca para animar o povo nas frias manhãs de 4,5 graus no inverno.
Na escola, a grade curricular é puxada e você passa um bom tempo na escola. Outro ponto importante é a hospitalidade do povo, algo forte assim como sua ligação com as raízes - falta pão, falta feijão, mas o chimarrão sempre em abundância na mesa.
Entretanto, onde quero chegar é exatamente no sentido de ressaltar um nome especial de Alegrete, o poeta Mário Quintana, dono de uma criatividade e sensibilidade incríveis. Tomei gosto por sua poesia assim que a conheci- e olhe que não sou muito fã deste gênero.
Mário´fascina também porque foi alguém humilde e não no sentido de ter uma vida modesta, não, refiro-me à essência pessoal, ele era sincero, um homem de talento que não se exibia, era mesmo como assim parecia.
Foto: web |
Foto: retirada do blog de André Lossio |
Nos salões do sonho
Mas vocês não repararam, não?!
Nos salões do sonho nunca há espelhos...
Por quê?
Será porque somos tão nós mesmos
Que dispensamos o vão testemunho dos reflexos?
Ou, então
- e aqui começa um arrepio -
Seremos acaso tão outros?
Tão outros mesmos que não suportaríamos a visão daquilo,
Daquela coisa que nos estivesse olhando fixamente do outro lado,
Se espelhos houvesse!
Ninguém pode saber... Só o diria
Mas nada diz,
Por motivos que só ele conhece,
O misterioso Cenarista dos Sonhos!
Nos salões do sonho nunca há espelhos...
Por quê?
Será porque somos tão nós mesmos
Que dispensamos o vão testemunho dos reflexos?
Ou, então
- e aqui começa um arrepio -
Seremos acaso tão outros?
Tão outros mesmos que não suportaríamos a visão daquilo,
Daquela coisa que nos estivesse olhando fixamente do outro lado,
Se espelhos houvesse!
Ninguém pode saber... Só o diria
Mas nada diz,
Por motivos que só ele conhece,
O misterioso Cenarista dos Sonhos!
OS HÓSPEDES
Um velho casarão bem-assombrado
aquele que habitei ultimamente.
Não,
não tinha disso de arrastar correntes
ou espelhos de súbito partidos.
Mas a linda visão evanescente
dessas moças do século passado
as escadas descendo lentamente...
ou, às vezes, nos cantos mais escuros
velhinhas procurando os seus guardados
no fundo de uns baús inexistentes...
E eu, fingindo que não via nada.
Mas para que, amigos, tais cuidados?
Agora
foi demolida a nossa velha casa!
(Em que mundo marcaremos novo encontro?)
aquele que habitei ultimamente.
Não,
não tinha disso de arrastar correntes
ou espelhos de súbito partidos.
Mas a linda visão evanescente
dessas moças do século passado
as escadas descendo lentamente...
ou, às vezes, nos cantos mais escuros
velhinhas procurando os seus guardados
no fundo de uns baús inexistentes...
E eu, fingindo que não via nada.
Mas para que, amigos, tais cuidados?
Agora
foi demolida a nossa velha casa!
(Em que mundo marcaremos novo encontro?)
Antros noturnos
Há Anjos que costumam freqüentar esses antros noturnos que são os
sonhos dos humanos...
São eles que, na hora extrema, costumam interceder por nós...
Os outros são dedos-duros!
sonhos dos humanos...
São eles que, na hora extrema, costumam interceder por nós...
Os outros são dedos-duros!
Fonte dos poemas: http://quintanares.blogspot.com/