domingo, 14 de novembro de 2010

Amor e persistência em uma grande história entre mãe e filha


Professora luta desde a infância da caçula, uma menina especial, para que a garota tenha uma vida normal e nunca parou de procurar auxílio de profissionais especializados, mas principalmente, de dar muito amor à jovem.


Por Vanessa Irizaga

Os pais sempre querem o melhor para os filhos e estão dispostos a lutar com unhas e dentes para ajudá-los a superar os obstáculos ao longo do caminho. Muitas vezes, o amor incondicional de uma mãe pode ser maior do que qualquer limitação do corpo ou da mente.

A história da professora Elba Campos de Lima Rovaris é marcada por momentos emocionantes que se tornaram mais intensos com a chegada da carinhosa e alegre Paula, a filha de 17 anos de idade, o verdadeiro xodó da mãe, do pai e irmão.

A adolescente frequenta a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e recebe a educação especial que o centro oferece.  A jornada de Paula e da mãe começou quando a menina tinha apenas um ano e ainda não tinha dado os primeiros passos.

O pediatra da garota disse para Elba que a criança tinha preguiça, e por isso, não andava. A mãe começou a se preocupar porque a menina não tinha movimento nenhum e com um ano e quatro meses veio a primeira convulsão.

Busca incessante pelo bem de Paula
Nenhum médico da cidade sabia qual era o problema da criança. A jovem fez uma ressonância magnética em Joinville, mas nada foi constatado. Apenas em um hospital de Porto Alegre, a professora encontrou respostas. Uma má formação do feto durante a gestação pode ter causado a deficiência na menina. A medicação foi trocada de modo que as convulsões não acontecessem mais.

Mais tarde, Elba teve que colocar a garota em uma escola especial para garantir um bom desenvolvimento da filha. “Muitos professores não estão preparados para ensinar alunos como a Paula, e havia colegas que não queriam se enturmar com ela”, conta a docente.

Elba conta que foi a experiência com a Apae que a fez trabalhar na instituição. “Eu não sabia o que era uma Apae e quando vi as crianças excepcionais eu chorei. Eu comecei a ensinar para os alunos da instituição e amei”, destaca.

“Uma Eterna Criança”
Paula e a mãe são muito amigas e a convivência na Associação só intensifica o laço de amizade. A garota ajuda a fazer - atividade que a estudante adora – a lista de supermercado da família. A menina conhece todas as letras do alfabeto, gosta muito de escrever e já sabe redigir o próprio nome.

No dia das crianças, mesmo já sendo bem grandinha, a mãe quis presentear a filha. Paula queria uma bola para jogar com os meninos e meninas da turma. “Ela é uma moça, mas também é uma eterna criança”, elucida.

Elba nunca desistiu da caçula mesmo perante as dificuldades e afirma que tem orgulho da garota. “Já sofri muito pela rejeição das pessoas, pelo preconceito e nunca por ela ser excepcional”, ressalta.

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