sábado, 13 de novembro de 2010

Plágio e comércio de trabalhos colocam conduta de universitários sob avaliação da Justiça

 

Caso envolvendo estudantes da região e rapaz que realiza monografias acadêmicas mediante pagamento está sendo julgado pela 2ª Vara Criminal de Criciúma.


Por Vanessa Irizaga

A ética é um princípio repassado desde a escola primária por muitos professores e o ensino deste valor também é transmitido em faculdades. O exercício da profissão requer uma conduta séria e comprometida com o papel que o trabalhador vai desempenhar diariamente na sociedade.

Um caso recente que contraria a posição ética de muitos profissionais é o de um rapaz formado em dois cursos acadêmicos que foi acusado de vender monografias a universitários, em Criciúma.

Os estudantes que pagaram para a realização dos trabalhos podem responder por falsidade material. O crime atribui à pena de 1 a 5 anos, se for um documento público copiado, e de 1 a 3, se o alvo da cópia for uma obra particular. No entanto, os alunos das faculdades não têm nenhum histórico policial e, se comprovada a culpa, vão receber o benefício da situação condicional, que diminui a pena.

Se for condenado, o acadêmico pode cumprir a pena de 1 a 3 anos por falsidade ideológica, e segundo o escrivão da 2ª  Vara Criminal do Fórum, Lucas Savi, a punição pode até se estender. “Por já estar correndo processos contra ele, o rapaz não tem direito à situação condicional, porque não preenche os requisitos”, explica Savi.

Ética acima de tudo
Para o secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ricardo Reitz Bunn, além do fato da comercialização de trabalhos e o plágio serem ilegais, há a questão de princípios envolvidos.
"Plágio é a utilização de uma obra em um documento que não é feito pela pessoa. É uma violação de direitos autorais. Não é algo ético e nem de bom senso de se fazer", ressalta.

A coordenadora e professora do curso de Jornalismo da Faculdade Satc, Lize Búrigo, ressalta que houve casos de reprovação de universitários que cometeram plágio de trechos de páginas da internet ou livros. "A banca de professores é essencial porque faz com que o aluno apresente o trabalho e mostre o que entende sobre o assunto", explica.

Segundo Lize, os professores conseguem perceber o estilo de escrever dos alunos e contestam quando os acadêmicos mostram uma redação ou projeto que não tem características dos estudantes.

"Os alunos aprendem a melhor técnica, ampliam conhecimento, mas não há como chegar na faculdade e somente aqui aprender a ter ética. Nós tentamos mostrar o que é certo", ressalta a coordenadora.

Um comentário: