sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Escola promove o desenvolvimento intelectual de alunos com deficiência




 Jovens surdos, com problemas na visão ou mentais recebem acompanhamento que contribui não só para a educação dos estudantes, mas para o crescimento individual.

 

Por Vanessa Irizaga


A inclusão de alunos portadores de deficiência nas instituições de ensino é umas das questões mais discutidas entre especialistas da educação. Há uma grande diferença entre o que é defendido por estudiosos e o que realmente acontece no dia-a-dia dos colégios.

A Escola Básica São Cristóvão consegue desenvolver um trabalho com crianças e jovens de inclusão social, contribuindo para que os alunos superem as limitações a cada nova aprendizagem.

A instituição realiza o ensino regular de 1ª a 8ª série e uma educação especial com crianças e jovens de 9 meses até 19 anos portadores de deficiências como surdez, cegueira, algumas síndromes, paralisia ou problemas mentais.

A escola é pólo em educação especial porque é a única que possui um sistema de Serviço de Atendimento Educacional Especializado (Saed) em Deficiência Mental (DM), Deficiência Visual (DV) e Deficiência Auditiva (DA) na própria instituição. Os estudantes permanecem nos colégios em que estudam durante a manhã ou à tarde e no turno inverso frequentam à escola.

Integração e estímulo como diferencial de aprendizagem
O estabelecimento de ensino promove a integração dos alunos com deficiência e o restante dos estudantes dentro da sala de aula. Em turmas de alunos entre 13 e 15 anos há duas professoras: uma docente para educar os alunos sem deficiência e uma intérprete para orientar os jovens com surdez.

A professora Maria Teresa Marchese Silva, que leciona para deficientes auditivos na escola, afirma que muitas famílias não sabem a linguagem de sinais e se comunicam por meio de gestos do cotidiano. “Nós damos cursos na escola para que a comunidade aprenda a linguagem. As pessoas dizem que a pessoa surda é irritada, mas é que muitos não entendem o deficiente”.

A docente destaca que noções simples como a troca do horário de verão é algo dificilmente entendido pelos alunos devido à falta de estímulo da família e da complexidade de compreensão de teoria. “Na aprendizagem, você tem que esmiuçar, tem que dar exemplos para ver se ele consegue compreender”, destaca.

Muitos estudantes têm dificuldade em realizar funções que, para uma criança sem nenhuma limitação, são consideradas simples. E a situação torna-se mais dificultosa quando o aluno não frequenta uma escola antes de receber a educação especial no bairro São Cristovão.

Alunos de municípios da região freqüentam a escola
Segundo a diretora da instituição, Deonilde Texeira, muitos estudantes vem de famílias desestruturadas de municípios vizinhos de Criciúma, tais como Forquilhinha, Cocal do Sul, Nova Veneza e Içara. “Não tem outro lugar para estudantes com estes tipos de problemas. Que escola vai pagar um professor para dar aulas para quatro alunos?”, questiona.

Cada turma tem uma faixa etária. Na 1a e 2a séries têm alunos com idades entre 6 e 9 anos. Na 3ª série há estudantes maiores de 12 e 13 anos. O estudante Paulo da Silva dos Santos estuda há dois anos na escola. O rapaz de 19 anos mora em Forquilhinha e é filho adotivo de um casal.

“Sou cego desde que nasci, mas não preciso de muita ajuda para andar”, destaca o jovem. O estudante cursou sete anos em um colégio normal, e ficou um ano sem estudar, o que atrasou a escolaridade dele.

Metodologia aplicada no ensino
Há um documento que contém informações sobre cada discente. Nesse mesmo laudo consta o tipo de deficiência que o jovem apresenta. O estudante é encaminhado para a instituição por um médico e depois passa por avaliações da Gerência Regional de Criciúma e da Fundação Catarinense de Educação Especial.
As atividades desenvolvidas dependem das recomendações descritas no laudo.

Na instituição, há jogos educativos confeccionados pelas professoras para estimular a mente das crianças. As salas são pintadas com cores neutras e possuem rampas de acessibilidade para os alunos cadeirantes.

No entanto, o estabelecimento de ensino não possui ajuda financeira, apenas contribuições de empresas como a Arco-íris, que cedeu tintas para a pintura de salas. Os custos da escola com brinquedos, material elétrico, telefone, entre outros gastos chegam a R$ 900,00 por mês.

A Escola Básica São Cristóvão tem 271 alunos e dentre os estudantes há 21 com algum tipo de síndrome (Turner e Down), 29 portadores de deficiência visual e 31 alunos com limitação auditiva. Muitos jovens têm problemas mentais associados aos problemas já citados.

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