sábado, 11 de dezembro de 2010
O curioso processo da vida humana
Resenha publicada no http://jornalismosatc.wordpress.com
Por Vanessa Irizaga Lucrecio
O famoso ator inglês Charles Chaplin dizia ser injusto o processo de desenvolvimento da vida humana. Para ele deveríamos nascer já adultos, experimentando todo o tipo de sensações, e morrer jovens, em pleno vigor da vida, sem nenhum ressentimento ou dor física.
Este seria o desejo de muita gente, mas talvez não fosse a solução para os problemas da humanidade, como podemos notar no drama vivido pelo personagem principal do filme O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Buttton), cuja vida seria considerada normal se não fosse pelas circunstâncias “incomuns”, como ele afirma, de seu nascimento.
Inspirado no livro homônimo de F. Scott Fitzgerald, o filme apresenta a história de um homem que nasce já idoso, mas que ao passar dos anos, rejuvenesce e vive aventuras e descobertas que marcam decisivamente sua vida.
Button (vivido por Brad Pitt) nasce na cidade de Nova Órleans, no dia em que terminava a Primeira Guerra Mundial, e é abandonado na porta da Fundação Nolan pelo pai, um rico dono de uma empresa de alfaiataria, a Button’s Button.
Benjamin recebe o amor de Quennie, funcionária que o adota. Mesmo aparentando ter 80 anos, ainda é uma criança, que frusta-se por não poder se divertir como as outras. Mas no asilo conhece pessoas como Oti, um rapaz pigmeu capturado por norte-americanos, que torna-se seu amigo, e uma senhora da qual o personagem não se recorda o nome, mas que lhe ensina tocar piano, com êxito.
Também foi lá que se apaixonou por Deisy Fuller (Cate Blanchett), uma bailarina de sucesso, mas que na época não passava de uma esperta garotinha. Em 1936, Benjamin parte em viagem a bordo do rebocador de Mike Clarck, um marinheiro beberrão que sonhava em ser artista.
Durante a estadia da tripulação em um hotel britânico, o rapaz torna-se íntimo de Elisabeth Booth, mulher de um espião. Elisabeth lamenta nunca ter feito algo notório, e quando tentou cruzar a nado o Canal da Mancha, desistiu devido à correnteza, mas jamais tentara novamente.
De volta ao mar, a embarcação de Button sofre uma ofensiva de um submarino – afinal eram meados de 1941, Segunda Guerra Mundial, e a base naval de Perl Harbor tinha sido bombardeada por aviões japoneses – na qual morrem marinheiros.
Button, então com 26 anos, reencontra Deisy e nota que ela adquiriu novos hábitos, postura e companhias também. “Nos damos conta que quem mudou foi você mesmo”, conclui. O pai do jovem, idoso, reaproxima-se do filho, que não o renega.
Um atropelamento põe fim na carreira de Deyse, que tempo depois volta para a cidade de Nova Orléans, e vive um relacionamento com Benjamin, chegando a dar a luz a uma menina.
Mas Benjamin não se conforma com o rejuvenescimento e vai embora, mas deixa-as em uma situação estável. No entanto, ele e Deyse voltariam a se reencontrar para juntos envelhecer.
Uma das melhores frases do longa é aquela que consta em uma carta destinada à filha de Button, que a aconselha nunca desistir do que deseja:
“Tenha uma vida boa, e se achar que não a tem, espero que tenha forças para recomeçar”. Este seria um lema para todos aqueles que se aventuram nesse curioso processo que é viver.
O filme é dirigido por David Fincher, de Zodíaco e Clube da Luta, e produzido pela Paramount Films. Em 2008, a película ganhou os oscars de melhor direção de arte, melhores efeitos visuais e maquiagem.
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