domingo, 5 de dezembro de 2010

O livro que desafiou os religiosos do Vaticano

Foto: Vanessa Irizaga

Obras de Dan Brown recontam a história de Jesus Cristo e o Santo Graal da Idade Média e dividem a opinião de críticos quanto ao conteúdo da série do escritor.

 

Por Vanessa Irizaga

As aventuras do personagem Robert Langdon, vivido no cinema por Tom Hanks, fez milhares de fãs e opositores, como a Igreja Católica, por exemplo. Os livros do norte- americano Dan Brown tratam de assuntos como a vida de Jesus Cristo; a ordem cristã de cavaleiros da Idade Medieval, os Templários; a seita secreta Priorado de Sião e os mistérios da Opus Dei, organização religiosa conservadora ligada ao Vaticano.

O livro O Código da Vinci vendeu mais de 25 milhões de cópias no mundo todo e 1,6 milhão apenas no Brasil. A obra é a segunda história que Langdon participa, e é a primeira a ganhar a versão cinematográfica. Anjos e Demônios é o segundo filme a ser lançado nos cinemas.

“Normalmente quando sai um filme e nós temos o livro a procura pela obra é maior. No caso de Anjos e Demônios, tinha bastante gente procurando o livro para emprestar”, conta o bibliotecário Luís Lucas, funcionário de uma universidade da região sul.

Concepção Criacionista versus Liberdade de Expressão
A série recebeu duras críticas dos religiosos da Igreja Católica porque reconta de forma diferente o relacionamento de Jesus com alguns apóstolos e traz informações conflitantes em relação à crença cristã.
O padre Ademar Paulo de Faveri não leu os livros, mas ouviu as críticas referentes às obras.

“Respeito o livre pensamento, mas todo o pensador tem que ter a consciência de que o pensamento pode ser acolhido ou não. A obra pode influenciar sim, mas quando eu tenho uma posição a respeito de um fato, eu preciso de dados concretos. Não é a teoria de alguém que vai mudar aquilo que experimentei na vida”, ressalta Faveri.

Já a estudante Fernanda Vilaça, acadêmica de Arquitetura, é católica não-praticante e gostou muito do filme de Ó Código. “O que me chamou a atenção é que o filme te faz pensar nas possibilidades da origem do homem e, principalmente, refletir além do que é passado pelos católicos”, destaca a universitária.

Para Fernanda, os católicos e crentes não devem ter se abalado com os fundamentos de Dan Brown. “As pessoas católicas podem pensar que é apenas um filme e que a verdade é o que está na Bíblia, mas quem já tem essa dúvida sobre a religião ou crença que quer seguir”, conclui a jovem.

É importante destacar que a obra é classificada como uma ficção em listas de leitura de revistas e jornais.

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